sábado, 5 de novembro de 2011

Ensino e Aprendizagem e Relação Professor-Aluno

No livro A Pedagogia do Oprimido, Freire afirma que "A estrutura de pensar de oprimido está condicionada pela contradição vivida na situação concreta, existencial em que o oprimido se forma." (Freire, 1975). Como resultado, encontramos:

1. O ideal do oprimido é ser mais homem, porém ser mais homem para ele é ser opressor. Assim sendo, ele assume uma atitude de aderência ao opressor ao invés de se enxergar como "hospedeiro" do opressor.

2. O oprimido se torna ao mesmo tempo o opressor, numa Atitude Fatalista.

3. Uma atração pelo opressor, por seu modo de vida, passando então a querer parecer com o opressor, além segui-lo e imitá-lo. Essa é a Atitude de Autodesvalia.

4. O comportamento do oprimido está relacionado inteiramente a maneira que o opressor dita, e isso se dá pela falta de confiança em si mesmo e ao mesmo tempo, uma crença no opressor. Daí têm-se O medo da liberdade ou A submissão do oprimido.


Ensino-Aprendizagem

Essa relação, na Abordagem Sociocultural deve procurar a superação da relação opressor-oprimido. Para superar, o oprimido deve reconhecer-se como tal e engajar-se na práxis libertadora, onde o diálogo vai ser fundamental; deve solidarizar-se com o oprimido, lutando para transformar a realidade opressora; e transformar a situação concentra que gera a opressão.

Segundo Freire, a verdadeira educação consiste na Educação Problematizadora, que ao contrário da educação bancária, tem como objetivo principal o desenvolvimento da consciência crítica e a liberdade como meios de superar as contradições encontradas na educação bancária. A dialogicidade é a essência desta educação, pois educador e educando devem crescer juntos.


Relação Professor-Aluno

É uma relação que deve ser horizontal e não imposta. É necessário também que o educador se torne educando, e o educando, educador.

O educador que está engajado na prática transformadora procurará desmitificar e questionar junto com o educando, a sua cultura e a cultura dominante, a valorização da linguagem, a fim de que cada um faça sua própria análise do contexto. O professor procurará criar condições, para que junto com os alunos, consiga superar a consciência ingênua.

O diálogo deverá ser desenvolvido, ao mesmo tempo que a cooperação, a união, a solução dos problemas. E os alunos por sua vez, participam ativamente desse processo, juntamente com o professor.


Referências:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

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