terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma breve Introdução



A Abordagem Sociocultural surge em um cenário pós-segunda Guerra Mundial e está inteiramente ligada à democratização da Cultura. Segundo Mizukami (1986), assume caráter amplo e não se restringe às situações formais de ensino-aprendizagem.

O principal inspirador dessa abordagem é Paulo Freire. Também temos Piaget, que é um autor importante dessa abordagem, que defende que o professor não é o único no processo de ensino-aprendizagem; e Vygotsky. Além de ambos defenderem que o meio é determinante para um desenvolvimento maior dos atores envolvidos no processo da educação. 

Neste blog apresentaremos a Abordagem Sociocultura baseada na obra de Mizukami, Ensino: as abordagens do processo, além da bibliografia de Paulo Freire e outros autores.


Conheça as outras abordagens!

Encontram-se disponíveis nesse espaço os outros blogs feitos pela turma da disciplina Fundamentos de Ensino e Aprendizagem 2011/2, com o objetivo de que todos possam conhecer as demais abordagens da educação descritas por Mizukami.

Seguem os links:

1. Abordagem Tradicional

2. Abordagem Comportamentalista

3. Abordagem Cognitivista

Vídeos

Aqui estão reunidos alguns vídeos que encontramos e que tem ligação com a Abordagem Sociocultural. Assistam, valem a pena!


1. Projeto Memória Paulo Freire
O Instituto Paulo Freire em parceria com a Petrobrás e o Banco do Brasil, realizaram o Projeto Memória Paulo Freire em 2005. O documentário conta toda a vida de Freire com uma série de entrevista do próprio, de pessoas que estudaram com ele, de educadores e do filho dele, Lutgardes Costa Freire.
O vídeo original está disponível no site: 
 

2. Didática Geral: O aluno e o saber
Esse vídeo foi feito por alunos do curso de Pedagogia da UNESP e aborda sobre diversas questões como:  O prazer de aprender está em alunos de todas as classes sociais? A escola pode ser um lugar agradável para o aluno?
O programa contém entrevistas com professores, alunos e especialistas em educação.


3. As quarenta horas de Angicos
Uma produção do Serviço Cooperativo de Educação do Rio Grande do Norte (SECERN), traz, como o próprio título diz, as quarentas horas de aula que Paulo Freire ministrou em Angicos em 1963.
Divido em duas partes, retrata a primeira experiência de Freire, na qual ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias.




OBS: Todos os vídeos foram retirados do site http://www.youtube.com/

O Homem e o Mundo

Para Paulo Freire, o homem é o sujeito da educação e, apesar de uma grande ênfase no sujeito, evidencia-se uma tendência interacionista, pois o homem interage como o mundo, ele é o sujeito-objeto. E isso se dá graças a consciência crítica que o homem adquire, e através da qual, começa a escolher, decidir, se libertar.

"O homem chegará a ser sujeito através da reflexão sobre seu ambiente concreto: quanto mais ele reflete sobre a realidade, sobre a sua própria situação concreta, mais se torna progressiva e gradualmente consciente, comprometido a intervir na realidade para mudá-la." (MIZUKAMI, 1986)

Toda ação educativa deverá promover o próprio indivíduo, não sendo um instrumento de ajuste da sociedade, onde os opressores comandam os oprimidos. O homem é um ser da práxis, ele atua e reflete sobre o mundo afim de transformá-lo.


"Distanciando-se de seu mundo vivido, problematizando-o, 'descodificando-o' criticamente, no mesmo movimento da consciência o home se re-descobre como sujeito instaurador desse mundo de sua experiência. Testemunhando objetivamente sua história, mesmo a consciência ingênua acaba por despertar crítica-mente, para identificar-se como personagem que se ignorava e é chamada a assumir seu papel. A consciência do mundo e a consciência de si crescem juntas e em razão direta; uma é a luz interior ida outra, uma comprometida com a outra. Evidencia-se a intrínseca correlação entre conquistar-se, fazer-se mais si mesmo, e conquistar o mundo, faze-lo mais humano." (FREIRE, 1957)

Referências: 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987;
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

Sociedade e Cultura

Cultura na abordagem sociocultural é definida como:
"... todo o resultado da atividade humana, do esforço criador e recriador do homem, de seu trabalho por transformar e estabelecer relações dialogais com outros homens." (FREIRE, 1974a, p.41). Ou seja, a cultura é formada a partir da experiência humana, não em forma de informações justapostas.

A participação do homem como sujeito acontece na medida em que a desmitificação também vai acontecendo. "Daí a necessidade do trabalho humanizante ser inicialmente um  trabalho de desmitificação, consistindo a conscientização num processo de tomada de consciência crítica de uma realidade que se desvela progressivamente." (MIZUKAMI, 1986)

Os mitos são criados pela estrutura dominante, pelos opressores. Os oprimidos, por sua vez, recebem os mitos como verdade absoluta, sem criticar.

Mizukami fala sobre as sociedades latino-americanas e as caracteriza com a presença de:
- Estrutura social hierárquica e rígida;


- Falta de mercados internos já que sua economia é controlada pelo exterior;
- Exportação de matérias-primas e importação de produtos manufaturados;
- Sistema precário e seletivo de educação, sendo a escola um instrumento de manutenção do status quo;
- Alta porcentagem do analfabetismo e de evasão escolar;


- Enfermidades decorrentes do subdesenvolvimento e da dependência econômica;
- Tênue esperança de vida e elevada taxa de criminalidade.

Essas sociedades são conhecidas como Sociedade objeto, sendo caracterizadas principalmente por utilizar o processo de Alienação. Não existe manifestação do pensamento autêntico, a realidade das pessoas que participam da sociedade é totalmente diferente da realidade do mundo.

"O homem alienado é atraído pelo estilo de vida da sociedade dominante e não se compromete com seu mundo real. Sua forma de pensar é reflexo do pensamento e expressões da sociedade dominante." (MIZUKAMI, 1986)


Referências:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

O Conhecimento

"O homem se constrói e chega a ser sujeito na medida em que, integrado em seu contexto, reflete sobre ele e com ele se compromete, tomando consciência de sua historicidade." (MIZUKAMI, 1986)

O homem encontra muitos desafios e necessita de respostas para os mesmos. Essas respostas não são encontradas como receitas, elas são diferentes para cada desafio, além de se modificar de pessoa para pessoa, conforme a situação, a realidade, e outros diversos fatores.



A conscientização do homem é um processo contínuo e progressivo que o aproxima de maneira crítica a realidade. Segundo Paulo Freire, é "um desvelamento da realidade". E a consciência vai da forma mais primitiva a mais crítica e problematizadora.

Baseado em A. V. Pinto (1960), existem as seguintes consciências:

Consciência Intransitiva: o homem está preocupado em satisfazer apenas suas necessidades biológicas.

Consciência Transitiva Ingênua: o homem não investiga as informações que lhe são dadas, aceitam as explicações “fabulosas” e não tem argumentos.

Consciência Transitiva: o homem manifesta sua consciência, indaga sobre os fatores de que depende, exige uma análise epistemológica.

Referências:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

sábado, 5 de novembro de 2011

A Educação e a Escola aos olhos de Freire

Na Abordagem Sociocultural o homem se torna o sujeito da educação. Ele deve tomar consciência de que pode participar ativamente da história, que pode transformar a realidade. E ao tomar consciência, deve provocar e criar condições para que se densenvolva uma atitude de reflexão crítica, comprometida com a ação em todos os outros que participam da sociedade.
  


Como Dairrel falou muito bem em seu trabalho A escola como espaço sociocultural: "Analisar a escola como espaço sociocultural significa compreendê-la na ótica da cultura,  que leva em conta a dimensão do dinamismo, do fazer-se cotidiano, levado a efeito por homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história, atores na história.  Falar da escola como espaço sociocultural implica, assim, resgatar o papel dos sujeitos na trama social que a constitui, enquanto instituição." (1992)


Para Paulo Freire, a educação assume um caráter que vai muito além da escola em si. Se a escola for considerada, deve ser um local onde seja possível o crescimento mútuo do professor e dos alunos. Para isso, os currículos e prioridades devem ser mudados totalmente.
 
"A escola, pois, para Paulo Freire, é uma instituição que existe num contexto histórico de uma determinada sociedade. Para que seja compreendida é necessário que se entenda como o poder se constitui na sociedade e a serviço de quem está atuando." (MIZUKAMI, 1986)

Segue abaixo um video com a narração do poema: A Escola - de Paulo Freire. 






Referências:
DAIRELL, Juarez T. A escola como espaço sociocultural, 1992;
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

Ensino e Aprendizagem e Relação Professor-Aluno

No livro A Pedagogia do Oprimido, Freire afirma que "A estrutura de pensar de oprimido está condicionada pela contradição vivida na situação concreta, existencial em que o oprimido se forma." (Freire, 1975). Como resultado, encontramos:

1. O ideal do oprimido é ser mais homem, porém ser mais homem para ele é ser opressor. Assim sendo, ele assume uma atitude de aderência ao opressor ao invés de se enxergar como "hospedeiro" do opressor.

2. O oprimido se torna ao mesmo tempo o opressor, numa Atitude Fatalista.

3. Uma atração pelo opressor, por seu modo de vida, passando então a querer parecer com o opressor, além segui-lo e imitá-lo. Essa é a Atitude de Autodesvalia.

4. O comportamento do oprimido está relacionado inteiramente a maneira que o opressor dita, e isso se dá pela falta de confiança em si mesmo e ao mesmo tempo, uma crença no opressor. Daí têm-se O medo da liberdade ou A submissão do oprimido.


Ensino-Aprendizagem

Essa relação, na Abordagem Sociocultural deve procurar a superação da relação opressor-oprimido. Para superar, o oprimido deve reconhecer-se como tal e engajar-se na práxis libertadora, onde o diálogo vai ser fundamental; deve solidarizar-se com o oprimido, lutando para transformar a realidade opressora; e transformar a situação concentra que gera a opressão.

Segundo Freire, a verdadeira educação consiste na Educação Problematizadora, que ao contrário da educação bancária, tem como objetivo principal o desenvolvimento da consciência crítica e a liberdade como meios de superar as contradições encontradas na educação bancária. A dialogicidade é a essência desta educação, pois educador e educando devem crescer juntos.


Relação Professor-Aluno

É uma relação que deve ser horizontal e não imposta. É necessário também que o educador se torne educando, e o educando, educador.

O educador que está engajado na prática transformadora procurará desmitificar e questionar junto com o educando, a sua cultura e a cultura dominante, a valorização da linguagem, a fim de que cada um faça sua própria análise do contexto. O professor procurará criar condições, para que junto com os alunos, consiga superar a consciência ingênua.

O diálogo deverá ser desenvolvido, ao mesmo tempo que a cooperação, a união, a solução dos problemas. E os alunos por sua vez, participam ativamente desse processo, juntamente com o professor.


Referências:
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

Metodologia e Avaliação

Metodologia

O método de alfabetização elaborado por Paulo Freire propõe que a codificação inicial vai consistir numa figura, um desenho representativo de uma situação real ou construída pelos alunos. Ele utiliza as situações vivenciais do grupo em forma de debate, sendo as características principais do seu método de alfabetização o ser ativo, dialógico e crítico.



Codificar significa representar uma dimensão da realidade dos indivíduos envolvidos no processo de aprendizagem, implicando análises realizadas num contexto diferente do que eles estão acostumados a viver. Essa codificação tem por objetivo transformar o que era somente uma maneira de viver, num contexto real, num objeto do contexto teórico.

Método de Alfabetização "Paulo Freire"

Este método está dividido em três etapas:
1. Etapa de Investigação: aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia;

2. Etapa de Tematização: aqui eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.

3. Etapa de Problematização: aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.

O método funciona da seguinte maneira:

Primeiro, é preciso encontrar as Palavras Geradoras, que nada mais são do que os vocábulos mais usados pelos componentes do grupo, que depois, em círculos de debate, serão significadas.

Quando encontradas, as Palavras Geradoras serão divididas silabicamente, ou seja, passarão pelo processo de Silabação, para assim, serem estudadas. O próximo passo é a criação de Palavras Novas, utilizando as sílabas já conhecidas.

E por fim, o ponto crucial  é a discussão sobre os diversos temas surgidos a partir das palavras geradoras, ou seja, a Conscientização dos educandos não somente em relação às novas palavras, mas aos problemas sociais, a compreensão de mundo.



No livro Educação como Prática da Liberdade, Freire propõe a execução prática do Método em cinco fases:
1ª fase: Levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se trabalhará. Nessa primeira fase o objetivo é aproximar o educador e o edcando numa relação menos formal, mais carregada de emoções e sentimentos. Também é feita a anotação das palavras da linguagem dos componentes do grupo, dos seus falares típicos.

2ª fase: Escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado. Esta escolha deverá ser feita sob os critérios: a) da sua riqueza fonética; b) das dificuldades fonéticas, numa seqüência gradativa das menores para as maiores dificuldades; c) do teor pragmático da palavra, ou seja, na pluralidade de engajamento da palavra numa dada realidade social, cultural, política etc.

3ª fase: Criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai trabalhar. Essas situações propostas devem ser desafiadoras, codificadas e com elementos que serão decodificados através da mediação do educador. São situações locais que, discutidas, abrem perspectivas para a análise de problemas locais, regionais e nacionais.

4ª fase: Elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de debate no seu trabalho. São fichas que deverão servir como subsídios, mas sem uma prescrição rígida a seguir.

5ª fase: Elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes aos vocábulos geradores. Esse material poderá ser confeccionado na forma de slides, stripp-filmes (fotograma) ou cartazes.

Avaliação

No pensamento freireano, a verdadeira avaliação do processo consiste na auto-avaliação e/ou avaliação mútua e permanente da prática educativa por professores e alunos, que irão descobrir quais suas dificuldades e quais os seus progressos.


A Avaliação Libertadora, proposta por Freire é uma avaliação que protesta, que  desperta para uma forma de organização social mais justa. O homem é visto enquanto sujeito político, autor da própria história. "Numa práxis progressista, toda avaliação é conflitante, não se barra a resistência, não se sufoca a criatividade, pois 'a tensão e o conflito geram a mudança e o progresso cultural'. " (Ary Carlos Moura Cardoso, 2006).

Para Freire, "A verdadeira avaliação é aquela onde professor e aluno caminham juntos, problematizam os fatos (a realidade) e agem visando à transformação libertária.".

Referências:  FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 196;
http://www.webartigos.com/artigos/da-avaliacao-libertadora/6474/;
http://www.projetomemoria.art.br/PauloFreire/pensamento/01_pensamento_o%20metodo_paulo_freire.html.

BDPF - Biblioteca Digital Paulo Freire



A Biblioteca Digital Paulo Freire é um site coordenado pela Profª Drª Edna Gusmão de Góes Brennand (Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/CEAD/UFPB) e pelo Prof. Dr. Ed Porto Bezerra (Departamento de Informática - DI).

A BDPF tem como objetivo principal disponibilizar as obras de Paulo Freire, através da digitalização do acervo de documentos em formato pdf e em multimídia.

Para você que é admirador desse grande educador, sugerimos que visitem o site: http://www.paulofreire.ce.ufpb.br/

Biografia Paulo Freire


  "Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo." (Paulo Freire)

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife, e faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo.

Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar de Pernambuco e de Edeltrudes Neves Freire, Dona Tudinha, Paulo teve uma irmã, Stela, e dois irmãos, Armando e Temístocles. Sua família era de classe média, e na Depressão de 1929, Freire vivenciou a pobreza e a fome em sua infância.

Paulo Freire também foi um ativista social e um trabalhador cultural, e desenvolveu uma maneira revolucionária de alfabetização, uma verdadeira pedagogia crítico-libertadora. Sua proposta defende que o conhecimento tem como ponto inicial a cultura do educando, que vai fazer com que o indivíduo se veja como autor da própria história. E é através da Dialogicidade que se consolida a educação como uma prática da liberdade.

A primeira experiência de Freire foi em 1963, quando ele ensinou a 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias. Mas o trabalho dele com os pobres começou muito antes, durante a década de 40, continuando initerruptamente até 1964.



Paulo Freire representa um dos maiores e mais significantes educadores do século XX. Sua pedagogia mostra que pode existir uma nova relação entre educadores e educandos, que são os sujeitos do processo de construção do conhecimento mediatizados pelo mundo, visando uma sociedade mais justa, igualitária.

Dentre as inúmeras obras de Freire, citamos:

1967: Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p); 
1970: Pedagogia do Oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.); 
1981: Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra;
1986: Fazer escola conhecendo a vida. Papirus; 
1987: Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19); 
1992: Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p; 
1995: Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez; 
1996: Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

(Para quem quiser ler mais sobre o trabalho desse grande educador, recomendamos uma visita a página: www.paulofreire.org/ )

Referência: http://www.abec.ch/Portugues/subsidios-educadores/biografias/Biografia_de_Paulo_Freire.pdf

Eles também colaboraram: Piaget e Vygostky

Jean Piaget

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

Jean Piaget nasceu no dia 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça, e morreu em Genebra, em 17 de setembro de 1980. Filho de Arthur Jean Piaget, um calvinista convicto que era professor universitário de Literatura medieval na Universidade de Neuchâte, desde criança se interessou por mecânica, fósseis e zoologia.

Piaget foi uma criança precoce: aos 11 anos de idade já havia publicado seu primeiro artigo sobre um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica.

Jean Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade. No ano de 1919, ele começou seus estudos experimentais sobre a mente humana, e também a pesquisar sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa.


As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Entre as suas teorias mais importantes temos:

Epistemologia Genética - que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimento;
Estágios de Desenvolvimento - (Período Sensório-Motor, Período Simbólico, Período Intuitivo, Estádio operatório-concreto e Estádio operatório-formal);
Desenvolvimento Moral Piaget - Para Piaget o Desenvolvimento Moral é dividido em 3 fases (anomia, heterônoma, autônoma).


Lev Vygotsky


Lev Semenovich Vygotsky nasceu em 17 de novembro de 1896 em Orsah, na  antiga Bielo-Rússia, e morreu em 11 de junho de 1934, em Moscou, vítima de tuberculose. Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Até os 15 anos foi educado em casa por tutores particulares.
Formou-se em Direito, e destacou-se por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de Arte, trabalhos que posteriormente foram incorporados no livro "Psicologia da Arte", escrito entre 1924 e 1926, incluindo naturalmente a tese de doutorado sobre Psicologia da Arte, que defendeu em 1925. O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da Psicanálise e o "Behaviorismo", além das ideias do educador suíço Jean Piaget.


A experiência vivida na formação de professores levou-o ao estudo dos distúrbios de aprendizagem e de linguagem, das diversas formas de deficiências congênitas e adquiridas, a exemplo da afasia. Complementando a sua formação para estudo da etiologia de tais distúrbios, graduou-se em Medicina retomando o curso iniciado e substituído por Direito em Moscou e retomado e concluído em Kharkov. O seu interesse em Medicina estava associado à manutenção do grupo de pesquisa ("troika") de neuropsicologia com Alexander Luria e Alexei Nikolaievich Leontiev. As suas principais contribuições à defectologia estão reunidas no livro "Psicologia Pedagógica".

Lev Vygotsky tornou-se um pensador importante em sua área, por ser o pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida.

Referências:
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/biografia_jean_piaget.htm;
http://www.psicoloucos.com/Vygotsky/biografia-de-lev-semenovich-vygotsky.html